14 de agosto de 2009

E Paul Kruger sucede a... Manuel Pinho!

Numa altura em que as fronteiras nacionais são cada vez mais transparentes e cada vez menos restritivas...

- Quando as empresas já não são nacionais (mas muitas vezes nacionalizadas). São assimiladas por outras empresas estrangeiras ou compradas, mas mantendo tudo menos uma identidade puramente nacional;

- Quando os clubes já não são de um qualquer país, mas de um milionário russo ou árabe;

- Quando os jogadores da Selecção Nacional são excedentários de um outro país;

- Quando os gestores públicos não são portugueses, mas "importados", por alegada competência em área específica;

Pensar que todas as respostas aos problemas nacionais estão dentro das fronteiras é tolice. Se a verdade fosse esta, os clubes de futebol não compravam jogadores estrangeiros. Os portugueses podem ser muito bons em muitas coisas, mas por ventura (e para descontentamento de muito nacionalista fundamentalista), não serão todos bons em todas as coisas.

Vamos a um "suponhamos": Um Ministro da Economia, chamemos-lhe ficticiamente de Manuel Pinho, faz um gesto obsceno/cómico/ofensivo no Parlamento Nacional e é demitido (ou demite-se). Em seguida à cena de poucas lágrimas e muito suor, o Primeiro-Ministro anuncia não a transformação "marvellesca" de Teixeira dos Santos em Super-Ministro, (mesmo estando perto das "novenas" das eleições) mas a contratação (sim, contratação) de Paul Krugman para preencher a vaga deixada pelo antigo governante obcecado por linguagem gestual.

"Meu Deus (para quem acredita; meu Jesus para os benfiquistas)! Mas o homem não é português! Nem socialista!"

Realmente, não é. Mas é prémio Nobel da Economia em 2008, pela sua "Análise de padrões de comércio e localização da actividade económica".

Entre pagar um ordenado de ministro a um português de capacidade profissional nacional e pagar um ordenado semelhante ou maior a uma pessoa estrangeira que ostenta o mesmo título académico, mas cuja capacidade profissional está a um nível de excelência mundial... meus amigos, desculpem-me a falta de nacionalismo, mas que venha o "cámone"!

Naturalmente que estamos em terreno fantasioso. Portugal nunca conseguiria contratar o Paul Kruger, que é o equivalente economicista ao Cristiano Ronaldo, mas há por aí muito "jogador" de excelente técnica e domínio da bola. So para dar uma ideia, há cerca de 200 candidatos de variadíssimas nacionalidades para cada categoria do Prémio Nobel.

Porque não expandir o conceito de globalização de recursos de gestão governamental? (caso tenha acabado de o criar, digamos desenvolvimento, maturação e expansão).

Se o Shaktar Donetsk e o Zenit de S. Petersburgo (sim, esses colossos europeus) podem ganhar a Taça Uefa com recurso a mão-de-obra estrangeira em campo, porque não pode o meu país ser dos primeiros a livrar-se da crise, mesmo não sendo com um onze titular lusitano?

A folha de ordenados do Governo ia tornar-se mais pesada do que a Margarida Martins em cima do José Carlos Malato, em cima de Fernando Mendes? É provável. Mas poupava-se milhões em chatices vindouras e erros previsíveis.

Ao fim ao cabo, a contratação internacional já se faz em todo o lado, até nas empresas do Estado.

Imaginem as campanhas eleitorais: "Boa noite! O PSD acaba de anunciar a contratação de Giuliano Tremonti para a pasta das finanças, caso vença as eleições legislativas. O actual ministro italiano já fez saber que está entusiasmado com a hipótese de "vestir a camisola" verde-rubra e que fará tudo para tirar Portugal de "uma situação complicada". Recorde-se que ainda ontem, o PS tinha anunciado que a escolha para ficar com a tutela das finanças é Wolfgang Clement, antigo ministro alemão da Economia e Trabalho."

O exemplo é o económico, mas é aplicável ao restante elenco governativo e estatal (eu salvaguardava os cargos de Primeiro-ministro, Presidente da República só para os 100% "tugas", não vão os espanhóis começar a ter ideias de anexação...). Não forçosamente, mas hipoteticamente.

A globalização é inevitável? Que seja! Mas ao menos que tiremos proveito dela...

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E Paul Kruger sucede a... Manuel Pinho!

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- Quando as empresas já não são nacionais (mas muitas vezes nacionalizadas). São assimiladas por outras empresas estrangeiras ou compradas, mas mantendo tudo menos uma identidade puramente nacional;

- Quando os clubes já não são de um qualquer país, mas de um milionário russo ou árabe;

- Quando os jogadores da Selecção Nacional são excedentários de um outro país;

- Quando os gestores públicos não são portugueses, mas "importados", por alegada competência em área específica;

Pensar que todas as respostas aos problemas nacionais estão dentro das fronteiras é tolice. Se a verdade fosse esta, os clubes de futebol não compravam jogadores estrangeiros. Os portugueses podem ser muito bons em muitas coisas, mas por ventura (e para descontentamento de muito nacionalista fundamentalista), não serão todos bons em todas as coisas.

Vamos a um "suponhamos": Um Ministro da Economia, chamemos-lhe ficticiamente de Manuel Pinho, faz um gesto obsceno/cómico/ofensivo no Parlamento Nacional e é demitido (ou demite-se). Em seguida à cena de poucas lágrimas e muito suor, o Primeiro-Ministro anuncia não a transformação "marvellesca" de Teixeira dos Santos em Super-Ministro, (mesmo estando perto das "novenas" das eleições) mas a contratação (sim, contratação) de Paul Krugman para preencher a vaga deixada pelo antigo governante obcecado por linguagem gestual.

"Meu Deus (para quem acredita; meu Jesus para os benfiquistas)! Mas o homem não é português! Nem socialista!"

Realmente, não é. Mas é prémio Nobel da Economia em 2008, pela sua "Análise de padrões de comércio e localização da actividade económica".

Entre pagar um ordenado de ministro a um português de capacidade profissional nacional e pagar um ordenado semelhante ou maior a uma pessoa estrangeira que ostenta o mesmo título académico, mas cuja capacidade profissional está a um nível de excelência mundial... meus amigos, desculpem-me a falta de nacionalismo, mas que venha o "cámone"!

Naturalmente que estamos em terreno fantasioso. Portugal nunca conseguiria contratar o Paul Kruger, que é o equivalente economicista ao Cristiano Ronaldo, mas há por aí muito "jogador" de excelente técnica e domínio da bola. So para dar uma ideia, há cerca de 200 candidatos de variadíssimas nacionalidades para cada categoria do Prémio Nobel.

Porque não expandir o conceito de globalização de recursos de gestão governamental? (caso tenha acabado de o criar, digamos desenvolvimento, maturação e expansão).

Se o Shaktar Donetsk e o Zenit de S. Petersburgo (sim, esses colossos europeus) podem ganhar a Taça Uefa com recurso a mão-de-obra estrangeira em campo, porque não pode o meu país ser dos primeiros a livrar-se da crise, mesmo não sendo com um onze titular lusitano?

A folha de ordenados do Governo ia tornar-se mais pesada do que a Margarida Martins em cima do José Carlos Malato, em cima de Fernando Mendes? É provável. Mas poupava-se milhões em chatices vindouras e erros previsíveis.

Ao fim ao cabo, a contratação internacional já se faz em todo o lado, até nas empresas do Estado.

Imaginem as campanhas eleitorais: "Boa noite! O PSD acaba de anunciar a contratação de Giuliano Tremonti para a pasta das finanças, caso vença as eleições legislativas. O actual ministro italiano já fez saber que está entusiasmado com a hipótese de "vestir a camisola" verde-rubra e que fará tudo para tirar Portugal de "uma situação complicada". Recorde-se que ainda ontem, o PS tinha anunciado que a escolha para ficar com a tutela das finanças é Wolfgang Clement, antigo ministro alemão da Economia e Trabalho."

O exemplo é o económico, mas é aplicável ao restante elenco governativo e estatal (eu salvaguardava os cargos de Primeiro-ministro, Presidente da República só para os 100% "tugas", não vão os espanhóis começar a ter ideias de anexação...). Não forçosamente, mas hipoteticamente.

A globalização é inevitável? Que seja! Mas ao menos que tiremos proveito dela...

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